quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Escrever para outros é absolutamente diferente de escrever para si. Ao passo que este último é um ato íntimo, com menos repressões e esconderijos, o primeiro é bem mais "formatado", selecionado e controlado. Um ponto positivo é que muito dos delírios, falsas afirmações da escrita para si não subsistem à autoavaliação que precede a publicação. Já a desvantagem é que o texto publicado tende a se tornar "vulgar" ou "ordinário", pois conforma-se à "linguagem" comum e média, no sentido de agradar ao outro, isto é, a falar o politicamente correto e o minimamente aceitável. É verdade que escrever para si ainda tem algo de omitido, mas só o é na medida do receio de que sua mãe vai pegar seus rascunhos e ver que você é um cosmonauta lunático.
Bem, a diferença é tanta que poderíamos até afirmar que estes dois tipos de escrita compreendem dois gêneros diferentes. Aparentemente, é apenas o meio, o canal ou o suporte que muda. Mas vemos que muda-se toda a relação do texto, ou seja, a relação entre o emissor e o receptor. Dar apenas vazão aos pensamentos numa folha de rascunho no canto do quarto ou no bloco de notas do celular é bem diferente de convencer um público sobre uma ideia, surpreendê-lo com ideias novas ou fazê-lo rir. Desse modo, tal relação acaba por modificar o conteúdo escrito.


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Expectativas e início

Faço este blog com a finalidade de interagir, expor experiências, gostos, expressar ideias. Deixá-las contidas está me incomodando. Penso que da mesma forma como é bom receber e aprender, por continuidade, é bom oferecer. Mas talvez dar faça mais bem a mim do que a outras pessoas que receberão minhas postagens. Ontem vi em um site que escritor está dentre as 10 profissões mais felizes do mundo, segundo uma pesquisa feita em Chicago. Talvez isto tenha me incentivado a escrever em um blog. Risos. Brincadeiras a parte, de certa forma, acabo concordando com este estudo, uma vez que escrever, para mim, sempre foi uma das melhores atividades, servindo a diversos fins, embora, sempre tenha sido, particularmente, um ato bastante íntimo. Talvez por isso eu tenha alguma resistência a publicar ideias e reflexões, as quais na maioria dos casos, senão em todos, são atos bastante fluidos e espontâneos, sendo construídos no próprio momento da escrita. Um flash vem, julgo que tem algum valor e o registro. Porém, ao começar, a coisa vai além do registro e se torna uma verdadeira conversa comigo mesmo, quase uma psicografia. Espero que esta espontaneidade permaneça ao longo da minha experiência enquanto blogueiro. Bem, esta é a minha postagem inicial, com um pouco sobre mim e minhas expectativas em relação a este meio de comunicação tão aparentemente atrativo. Um abraço a todos e boa noite!